ALFREDO VANIN
( Colômbia )
Alfredo Vanín nasceu às margens do rio Saija, Cauca, Pacífico colombiano, em 29 de novembro de 1950. É um dos mais destacados escritores afro-colombianos. É poeta, romancista, contista, professor, animador de oficina literária, jornalista, ensaísta, pesquisador cultural, etnólogo e editor. Estudou Literatura e Antropologia. A Universidade de Cauca concedeu-lhe o grau Honoris Causa em Literatura, em 2012.
Publicou os livros de poesia: Alegando que vivo, 1976; Cimarrón na chuva, 1991; Islário, 1998; Treeless, 2004; Dias do jogador, 2005; Obra poética (Antologia), 2010.
Fragmento de poesia e foto:
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TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
SEMENTES
No perdures demasiado tiempo en el paraíso.
Toma pues los huesos de tu padre que aún yacen vencidos, me dije,
y vete, camina hacia tierras múltiples, hacia penínsulas hendidas como serpientes de marea.
Sembrarás allí semillas de árboles que reinen en altura con los más grandes sueños.
Pintarás sólo un cuadro y un poema: una mujer sonriente entre los girasoles.
Peces veteados vendrán a tus anzuelos
y de tus naves tirarán las corrientes
para que el tiempo sea liviano y asombres al bufeo.
haz todo lo que quieras y algo más.
No perdures demasiado en el paraíso
ni cultives otras flores que cambien demasiado tu suerte.
SEMENTES
Não fique muito tempo no paraíso.
Então pegue os ossos de seu pai que ainda estão vencidos, eu disse a mim mesmo,
e vá, caminhe em direção a múltiplas terras, em direção a penínsulas fendidas como serpentes de maré.
Plantarás ali sementes de árvores que reinarão em altura com os maiores sonhos.
Você pintará apenas um quadro e um poema: uma mulher sorridente entre os girassóis.
Peixes marmorizados virão para seus anzóis
e as correntes puxarão de seus navios
para que o tempo fique leve e você surpreenda o búfalo.
faça tudo o que quiser e mais alguns.
Não fique muito tempo no paraíso
nem cultive outras flores que mudem demais a sua sorte.
PROMETEO. Revista Latinoamericana de Poesía. Número 54-55. Memórias del IX Festival Internacional de Poesía de Medellin. Direção: Fernando Rendón. ISSN 0121-2966.
Ex. bibl. Antonio Miranda
ÚLTIMA RONDA
Para Omaira Rivera
Bar o muerte gritamos
delirantes en la gran espesura
contra aquel arcoiris doblegado y en ruinas.
De nada servían ya los amuletos,
el aroma de las penitencias se desvanecía
en recordar pasos maltrechos, los ojos turbios de paula
la novia rota que llorábamos siempre que podíamos
cuando alguna nostalgia se nos atravesaba y obligaba a
otra ronda.
La milonga acababa. El rey de bastos reposaba en la sal
de sus vinos
bajo tierra y madera
y el son del mar renunciaba a encontrarnos.
Quien sabe si lo quiso
quién sabe en esta hora de parias
si nos busca.
Tradução de ANTONIO MIRANDA:
ÚLTIMA RONDA
Para Omaira Rivera
Bar ou morte gritamos
delirantes na grande espessura
contra aquele arco-íris curvado e em ruínas.
De nada serviam agora os amuletos,
o aroma das penitências se desvanecia
em recordar passos maltratados, os olhos turvos de paula
a noiva rota que chorávamos sempre que podíamos
quando alguma nostalgia nos atravessava e obrigava a
uma outra rodada.
A milonga terminava. O rei de paus repousava no sal
de seus vinhos
sob terra e madeira
e o som do mar renunciava a encontrar-nos.
Quem sabe se o quis
quem sabe nesta hora de párias
nos busca.
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Página publicada em abril de 2023
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